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Baleia-jubarte é encontrada morta em Pontal do Paraná


Foto: PMPPR


Uma baleia jubarte (Megaptera novaeangliae) foi encontrada neste último sábado, 27/05, pela equipe do LEC/UFPR, via Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). O animal estava encalhado já em óbito no balneário de Shangrilá, município de Pontal do Paraná. Após o registro, equipe auxiliar composta por biólogos, oceanólogos e veterinários do PMP-BS e do Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (LEC/UFPR) foi mobilizada e deslocada até o local do encalhe para avaliação. A equipe realizou a coleta de amostras biológicas para análises que auxiliarão no entendimento da causa da morte e do estado de saúde da baleia.


A baleia-jubarte fêmea estava em estágio inicial de decomposição e media cerca de 10 metros de comprimento total. O apoio da Prefeitura de Pontal do Paraná, parceira do LEC/UFPR por meio do Protocolo de Encalhe de Animais Marinhos no litoral do Paraná (PRAE), foi essencial para realização deste trabalho.


Conforme avaliação do médico veterinário responsável pela necropsia, Andrei Brum, o animal tinha diversas marcas de interação com rede de pesca. “Vamos avaliar os demais órgãos e aguardar os resultados de exames complementares, no entanto, as marcas de rede eram evidentes e sugerem interação negativa deste animal e atividades pesqueiras”, relatou Andrei.


A baleia-jubarte se distribui por todos os oceanos. É uma espécie migratória que se reproduz em climas tropicais e subtropicais, como a costa brasileira, e se alimenta nas águas frias em áreas temperadas e polares, como a região Antártica. Esses indivíduos chegam a percorrem distâncias de mais de 25.000 km entre áreas de alimentação e reprodução. No Brasil, a sua distribuição é registrada desde o estado do Rio Grande do Sul até o Piauí, sendo a região da Bahia a área reprodutiva com maior frequência de uso pela espécie no Atlântico Sul Ocidental. A degradação dos ambientes usados para alimentação e reprodução, assim como efeitos das mudanças climáticas e as interações com pesca e colisões com embarcações são algumas das ameaças à conservação desta espécie.


“As baleias jubartes, assim como outras espécies de baleia que ocorrem em nossa zona costeira brasileira, tiveram uma recuperação das populações nas últimas décadas devido a drástica redução da caça de baleias, no entanto, as alterações ambientais mais recentes têm causado redução do krill, principal alimento destes animais, e as baleias tem chegado pós migração mais debilitadas ou mesmo utilizado novas rotas mais costeiras, o que aumenta o potencial de interações com as atividades pesqueiras”, destaca Camila Domit, bióloga e coordenadora do PMP-BS/UFPR.


No domingo, um vídeo de uma baleia jubarte morta emalhada em rede de pesca circulou nas mídias sociais, mas não é possível pelas imagens confirmar ser o mesmo animal encontrado morto no sábado. Porém, está situação serve como aviso para que processos de ordenando de atividades no mar sejam prioridade de ações de governo, garantindo a manutenção de atividades pesqueiras, mas associado a proteção de animais marinhos como baleias e golfinhos.



SOBRE O PMP-BS


O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.


Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.


O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O LEC/UFPR monitora o Trecho 6 (Paraná), compreendido entre os municípios de Guaratuba e Guaraqueçaba.


Ao encontrar animais marinhos debilitados ou mortos nas praias paranaenses é possível acionar a equipe do PMP-BS/Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) do Centro de Estudos do Mar (CEM) da UFPR pelo 0800 642 33 41 ou pelo whatsapp (41) 9 92138746.


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