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PR registra 2,3 mil animais marinhos em 2021



Em 2021, a equipe do @lecufpr registrou cerca de 2,3 mil animais marinhos, entre eles, tartarugas, golfinhos, baleias, lobo-marinho, foca e diversas espécies de aves marinhas.


As aves representam 68% dos encalhes do ano, em sua maioria destacadas pelas espécies pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) e bobo-pequeno (Puffinus puffinus). As tartarugas marinhas representaram 25% dos registros, com destaque para os encalhes de 352 tartarugas-verde (Chelonia mydas) e 186 tartarugas-cabeçuda (Caretta caretta).


Entre os mamíferos marinhos (7% da amostra total), 96 dos encalhes foram da espécie boto-cinza (Sotalia guianensis), e 24 das toninhas (Pontoporia blainvillei). Estes números preocupam os pesquisadores, pois ambas as espécies de golfinhos já apresentam evidências de diminuição da população. A toninha é considerada a espécie de golfinho mais ameaçada do Brasil, e nas listas nacionais de espécies ameaçadas de extinção está classificada como “criticamente em perigo”; já os botos-cinza estão classificados como “vulnerável” (MMA/ICMBIO, 2014).




De acordo com a coordenadora do LEC/UFPR e do PMP-BS no Paraná, Camila Domit, “os dados evidenciam a redução da qualidade ambiental de forma sistêmica. A fauna marinha vem intensamente afetada por impactos relacionados às atividades humanas, tanto de forma direta (capturas acidentais, colisão com embarcações, agressões e traumas), como por impactos indiretos como contaminação por esgoto, poluentes químicos e mesmo pelo excesso de ruídos no mar, assim como pela perda de habitat e redução e recursos alimentares importantes a estes animais”, ressalta.


Devido às alterações constantes no oceano este ano mais de 200 baleias-jubarte encalharam no Brasil no período de migração. Somente no Paraná, nossa equipe registrou 16 encalhes da espécie, sendo a maioria das baleias jovens e muito magras para o esperado durante a migração.


Os casos possivelmente estão relacionados a diminuição da produção de krills, principal alimento das jubartes na Antártica, o que pode estar diretamente ligada aos efeitos das mudanças climáticas globais. Um planeta interligado e a fauna sofrendo as consequências da degradação do ambiente.


Ainda sobre os resultados do ano, 2021 foi o ano que nossa equipe registrou pela primeira vez uma baleia-fin (Balaenoptera physalus), segunda maior espécie de baleia do mundo, medindo aproximadamente 20 metros.


No total, nossa equipe realizou 548 necropsias, 2.245 exames e recebeu 676 acionamentos com o apoio da rede de encalhes de animais marinhos do Paraná e de toda a sociedade paranaense.



Quanto às espécies resgatadas vivas, o projeto registrou 163 encalhes e alcançou a reabilitação e soltura de 51 animais, entre eles, aves residentes como atobá (Sula leucogaster) gaivota (Larus dominicanus), fragata (Fregata magnificens), e algumas espécies migratórias como trinta-réis-de-bico-vermelho (Sterna hirundinacea) e a pardela-preta (Procellaria aequinoctialis). Além disso, realizou a soltura de duas tartarugas-verde (Chelonia mydas) e uma tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta). Nossa equipe também acompanhou a desova de uma tartaruga-gigante (Dermochelys coriacea), a visita de um lobo-marinho (Arctocephalus tropicali), e reabilitou e retornou à natureza uma foca-caranguejeira (Lobodon carcinophaga).


Ao final de 2021 também recebemos pela primeira vez no litoral do Paraná uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) adulta, que segue em tratamento no Centro de reabilitação.


Foram muitos momentos tristes por vermos um número grande animais mortos e os efeitos negativos de nossa ação humana no continente e no mar, mas seguimos firme estudando, avaliando e contribuindo para que os eventos de encalhe nos ajudem a mudar nossas ações como sociedade, a cuidar do planeta e a conservar a biodiversidade!


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